ANTICONCEPCIONAL DÁ TROMBOSE?

Muito tem se falado atualmente sobre a relação entre pílula anticoncepcional e trombose. Mas quando devemos nos preocupar com isso?

ANTICONCEPCIONAL AUMENTA O RISCO DE TROMBOSE?

Inicialmente, temos que conhecer quais são os métodos anticoncepcionais disponíveis. Eles podem ser hormonais e não-hormonais.

Os métodos não – hormonais, como diz o nome, não contêm hormônio. São exemplos: os preservativos masculino e feminino, diafragma, vasectomia, laqueadura tubárea e dispositivo intrauterino (DIU). É importante ressaltar que, com exceção do DIU, vasectomia e laqueadura (altamente eficazes), os outros métodos têm alto índice de falha.

Os métodos hormonais podem ser administrados por via oral (pílula), injetável, transdérmica (adesivo), subcutânea (implante), vaginal (anel vaginal) ou intrauterina (sistema intrauterino com levonorgestrel). Além de diferir na via de administração, os métodos também são compostos por diferentes tipos de hormônio. Há os métodos hormonais combinados, compostos por dois tipos de hormônio (estrogênio e progesterona) e isolados (compostos por progesterona).

É importante entender que os métodos não hormonais e os hormonais compostos apenas por progesterona (como o implante, por exemplo) NÃO AUMENTAM O RISCO DE TROMBOSE.

Já os métodos combinados, ou seja, os métodos que contêm ESTROGÊNIO, aumentam em 2 a 4 vezes o risco. Mas… a gestação aumenta o risco de trombose em 20 a 84 VEZES! Assim, a gravidez e o pós-parto aumentam muito mais o risco do que o uso do método hormonal que tenha estrogênio.

ENTÃO… POR QUE USAR ANTICONCEPCIONAL?

No Brasil, cerca de 60% das gestações não são planejadas – decorrendo disso um altíssimo impacto social, econômico e na saúde das mulheres do país. Além disso, o anticoncepcional também pode ser utilizado no tratamento de doenças como endometriose, síndrome dos ovários policísticos, sangramentos vaginais aumentados, miomas e anemia.

É importante lembrar que TODA MULHER PODE USAR ALGUM MÉTODO ANTICONCEPCIONAL – basta discutir riscos e indicações com o ginecologista. Vamos imaginar uma mulher de 40 anos, fumante, obesa, hipertensa. O que traria mais riscos à sua saúde: uma gestação não planejada ou o uso de um método anticoncepcional seguro? Ou uma adolescente estudando para o vestibular, uma mulher com um filho de apenas dois meses, uma jovem no auge da carreira: melhor engravidar ou usar anticoncepcional?

QUEM NÃO DEVE USAR ANTICONCEPCIONAL COM ESTROGÊNIO?

Mulheres com história pessoal de trombose, derrame, doenças da coagulação (trombofilias) não devem usar estrogênios. Mulheres hipertensas, diabéticas, obesas, fumantes  ou com outras doenças clínicas devem ser avaliadas individualmente e NÃO DEVEM PARAR O USO DO ANTICONCEPCIONAL SEM FALAR COM O GINECOLOGISTA! Aliás, a Organização Mundial de Saúde disponibiliza orientações chamadas “critérios de elegibilidade” que orientam a prescrição dos métodos.

Vale a pena ressaltar que em nenhum país do mundo há a recomendação para a realização de exames de sangue para o diagnóstico de trombofilias em todas as mulheres. Quando há a suspeita de que a mulher possa ter trombofilia (como em caso de história de trombose em parentes próximos jovens, abortos de repetição ou doença hipertensiva grave na gestação), ela deve ser avaliada pelo médico hematologista que indicará os exames necessários.

EM RESUMO…

– TODA MULHER PODE USAR UM MÉTODO ANTICONCEPCIONAL, conforme sua saúde, suas expectativas e indicação médica;

– A MAIORIA DAS GESTAÇÕES NO BRASIL NÃO É PLANEJADA;

– Fatores como idade, doenças existentes, tabagismo e uso de algumas medicações podem limitar a indicação do método, MAS SEMPRE HÁ UM MÉTODO QUE PODE ser utilizado;

– Sedentarismo, obesidade e tabagismo AUMENTAM MUITO MAIS o risco de trombose do que o uso de anticoncepcionais;

– Métodos que contêm apenas a progesterona não aumentam o risco de trombose. Por exemplo, o implante contraceptivo, que é colocado em consultório num procedimento simples e rápido,  é seguro do ponto de vista vascular e MAIS EFICAZ DO QUE A LAQUEADURA.

 

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